PROJETO: LIVRO SOBRE ALDEIA VELHA

Blog Aldeia Velha-Ipuca: não é um diário, como outros blogs - é um caderno de apontamentos das pesquisas

Autores: Sonia Regina e Fernando Oliveira - Produção: Rômulo Melo, da Pousada Beira-Rio

Parceiros: Pousada Beira-Rio , Pousada da Aldeia ,

Apoio: Secretário de Educação e Cultura e Vice-Prefeito Fernando Augusto Bastos da Conceição e Subsecretário de Turismo Antonio Henrique

____________________________________________________________________

A 115km do Rio de Janeiro - no km 215 da BR 101 (mapa e dicas) - e aos pés da Serra do Mar, Aldeia Velha está cercada pela Mata Atlântica que abriga o raro mico-leão-dourado. De dia pode-se passear a cavalo e a pé, tomar banho no rio e nas várias cachoeiras. Antes do descanso nos campings ou pousadas vale conhecer os barzinhos abertos toda a noite. (fotos e slides).

Os 80 posts publicados desde 04.2 são sorteados para leitura a cada atualização desta página: ACESSE-OS em Postagens Aleatórias - na coluna da direita, onde também estão as parcerias. Atualmente estamos nos dedicando à releitura, compilação de dados e início das escrituras.

Continuem conosco e boas leituras!

_______________________________________________________________________________

A vida e a adaptação a ecossistemas tropicais

Apenas uma pequena parte do saber produzido pelos índios das famílias lingüísticas tupi e puri foi registrada. Todos os grupos indígenas que viviam no Rio de Janeiro foram extintos, antes mesmo que tivéssemos um conhecimento mais profundo de como viviam e sem que nos apropriássemos de muitos saberes vitais por eles produzidos. Trata-se de uma perda irreparável, pois como explica o etnobiólogo norte-americano Darrell Posey, "com a extinção de cada grupo indígena, o mundo perde milhares de anos de conhecimentos acumulados sobre a vida e a adaptação a ecossistemas tropicais".  Nesse processo, no entanto, nem tudo se perdeu.
Esses índios acabaram legando à nossa civilização alternativas de sobrevivência nos trópicos, transmitindo-nos os inventos adaptativos que desenvolveram em milhares de anos, concretizados nos métodos de plantar, caçar e pescar. Como escreve Darcy Ribeiro, "eles cultivavam, habitualmente, em suas roças, umas quarenta plantas que são até hoje o sustento básico de nosso povo, como é o caso da mandioca, do milho, do amendoim, dos feijões e de muitas outras plantas. Domesticaram, também, dezenas de árvores, úteis, de onde tiravam o caju, o abacaxi, o pequi, o urucum, etc". Deram, portanto, contribuição fundamental para a formação do povo brasileiro, fluminense e carioca, num processo histórico conflitivo, quase sempre violento, que merece ser melhor estudado.