Distante cerca de 12km do Centro de Silva Jardim, o local é muito visitado por famílias em busca de descanso e pelos amantes da pesca esportiva. Juturnaíba é considerada por muitos um santuário ecológico, em razão de sua proximidade com a Reserva Biológica Poço das Antas, principal responsável pela sobrevivência e preservação do mico-leão dourado no que resta de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. A lagoa também é uma fonte de lazer e diversão pela diversidade de peixes ali encontrados, pois é pontilhada por pequenas ilhas que fazem dela um viveiro excepcional de espécies nativas como traíra, bagre, sairú, piau, piabanha e cascudo. A esse atrativo rol, veio somar-se recentemente o tucunaré, espécie introduzida na lagoa.
A estrada até lá ainda é de terra batida e seu acesso se dá, preferencialmente, através de carros de passeio ou veículos fretados, já que a oferta de transporte público é mínima. Em Juturnaíba há um posto de saúde, uma escola, duas pousadas simples, dois restaurantes e serviço de aluguel de barcos com guias.
Há apenas este povoado na Lagoa de Juturnaíba, que cresceu as margens da Estação Ferroviária e hoje possui cerca de 70 moradores que, em sua maioria, dependente da pesca. No restante são fazendas e as instalações das Concessionárias de captação e tratamento de água “Águas de Juturnaíba“ e “Prolagos”.
A água da represa apresenta-se sempre barrenta, independente da época do ano, pois recebe grande quantidade de sedimento dos rios São João, Capivari e Bacaxá, principais cursos d’água que formam a lagoa.
A Represa:
Antes de ser represada, a Lagoa de Juturnaíba ocupava uma área de alagada de 8km² e foi uma das primeiras localidades que se formou em Silva Jardim. O nome Juturnaíba é originário da palavra indígena “Nhetoronoa-aba” ou “Nhetoranga-aíba”, que significa “lago medonho” ou “mal-assombrado” e foi dado devido à presença de urutaus (Nyctibius griseus) nas matas, aves noturnas de grande porte cujo canto melancólico era temido pelos índios que ocuparam aquela região.
Na década de 80, o extinto órgão DNOS (que foi responsável pela retificação de vários rios da região) deu início a construção da barragem para o abastecimento das cidades. O enchimento do reservatório deu-se entre 1982 e 1984.
A represa submergiu a lagoa de Juturnaíba, matas ribeirinhas, brejos e parte de 24 fazendas, além de trechos do rio São João, Bacaxá e Capivari, que perderam, respectivamente, 13,6 km, 8 km e 5,3 km. A área alagada passou de 8 km² para 43 km².
A água represa é escoada através das comportas instaladas na barragem. A quantidade liberada é variável, dependendo do volume na represa que pode acumular até 10 milhões de m³ de água.
Com a extinção do DNOS em 1990, o comando e o funcionamento das comportas ficou precário. A Cedae, constatando o abandono, assumiu precariamente a operação da barragem por mais de 10 anos, mas não fez nenhum investimento em manutenção ou melhoria. Somente em novembro de 2002 a Prolagos tomou conta da operação, que foi terceirizada e hoje uma empresa é responsável pelo seu funcionamento, o que vem dando certo e a represa tem recebido as melhorias necessárias.
Em http://www.silvajardim.com/juturnaiba.php