Reserva Biológica de Poço das Antas
Localização
Localizada na parte central costeira do estado do Rio de Janeiro, a Reserva estende-se por cerca de 5.500 ha. dentro dos municípios de Silva Jardim e Casimiro de Abreu (22º30' e 22º33' S e 42º15' e 42º19' W ).
Clima
O clima é do tipo quente e úmido com temperaturas médias anuais elevadas durante quase todo o ano. A temperatura média anual é de 22,8 ºC, sendo janeiro geralmente o mês mais quente. A média de temperaturas máximas varia entre 30 ºC e 32 ºC , enquanto as temperaturas mais baixas não são inferiores a 8 ºC. Os índices pluviométricos anuais são superiores a 1.000 mm, concentrados nos meses de outubro e abril, sendo julho e agosto os meses mais secos.
Reserva Biológica de Poço das Antas
Geomorfologia
área se sobrepõe à uma antiga depressão marinha que foi dessecada, apresentando elevações de baixa cota em forma de morros mamelonares e zonas de baixadas aluvionares periodicamente inundadas.
A região tem seu substrato constituído de rochas metamórficas datadas do pré-cambriano, sendo os afloramentos raros, aparecendo, em geral no fundo dos vales. O quaternário é muito expressivo através dos terrenos formados por sedimentos depositados nas planícies de inundação.
Os solos geralmente são pouco profundos com drenagem fraca e lençol freático variando entre 70 e 130cm. O tipo latossolo vermelho predomina nos locais de relevo ondulado, enquanto nas planícies de inundação são encontrados os solos dos tipos gley húmico ou pouco húmico e orgânico.
Hidrografia
O rio São João é o principal curso d' água da região e seus afluentes, os rios Capivari, Bacaxá, Aldeia Velha, Preto e o Iguapé percorrem boa parte da reserva, inundando as terras baixas dos seus vales. A lagoa de Juturnaiba inunda uma boa parte da área, recebendo as águas de alguns rios e descarregando no rio São João. Profundas mudanças sofreu o quadro hidrológico nos últimos anos com a construção de uma barragem. Houve ressecamento de uma vasta porção da reserva e perenização das águas em alguns vales outrora periodicamente inundáveis.
Rio Capivari
Lagoa de Juturnaiba
Vegetação
Uma das últimas manchas de floresta na baixada fluminense, a Reserva de Poço das Antas abriga uma grande faixa de vegetação arbórea típica à Floresta Pluvial Atlântica Baixo montana ou também designada Floresta Ombrófila Densa Sub montana em diferentes estados de maturidade.
Aqui o visitante atento poderá encontrar capoeirões ao longo das encostas dos morros mamemolares como também nas planícies. Alguns trechos, sob a influência da barragem alí construída há 20 anos, apresentam a floresta permanentemente inundada e feneceste, deixando seus exemplares representativos reduzidos a troncos enegrecidos reflexo do elevado estresse ambiental. Áreas de capoeiras e capoeirinhas abundam por toda a Reserva, não sendo raro encontrar indivíduos de fruteiras remanescentes de antigas roças. Limitada por extensas áreas de pastagem, a cobertura vegetal aqui encontrada vive ininterruptamente, especialmente na estação seca, sujeita à ação do fogo - principal agente degenerador da floresta.
Flora
A vegetação que recobre a extensa planície, conhecida no passado por baixada de Araruama, é um dos últimos representantes de Floresta Ombrófila Densa Sub montana no Rio de Janeiro. O rio São João, o principal curso d'água na localidade inunda parcialmente a Reserva o que promove o aparecimento de espécies típicas como o Pau-de-tamanco (Tabebuia cassinoides) e o Guanandí (Callophyllum brasiliense e Symphonia globulifera), espécies estas cuja história de aproveitamento seletivo, essencialmente extrativista, de espécies arbóreas tem promovido uma acentuada diminuição de suas populações.
A cobertura vegetal é formada na sua maior parte por extensas áreas degradadas, ocorrendo nas pequenas encostas dos morrotes mamelonares segmentos de floresta úmida em melhor estado de conservação.
O mico-leão dourado (Leontopithecus rosalia), também conhecido como sagui piranga ou sagui-de-fogo, lidera a lista da World Wild-Life Foundation de espécies a serem protegidos internacionalmente.
Os micos são os menores símios do mundo, característicos da América do Sul vivendo de seis a oito anos, sempre em bandos. Ele se move pelas árvores em saltos bruscos alimentando-se com frutas, insetos, ovos de pássaros, cobras e sapos.
Cada família é formada em média, por seis animais, e precisa de 50 hectares da floresta para viver adequadamente. As fêmeas geram apenas um filhote por ano, numa gestação de cerca de 145 dias. Na idade adulta, esse mico atinge os 20 cm de altura, com cauda igual ao comprimento, atraindo a atenção devido à vasta juba de leão e à bonita pelagem amarelo-ouro.
As preguiças na natureza têm como predadores a aves de rapina de grande porte, como o uiraçu ou harpia e o gavião-de-penacho, felinos e algumas serpentes.
Não predam nenhum animal pois só se alimentam de folhas. Sua única defesa consiste em camuflar-se entre as folhas na copa das árvores. As preguiças urinam e defecam apenas a cada 7 ou 8 dias, sempre no chão, próximo à base da sua árvore em que costumam se alimentar. Com isso, há uma reciclagem dos nutrientes contidos nas folhas ingeridas pelo animal, que são parcialmente devolvidos à árvore através dos seus dejetos. Nas árvores próximas ao centro elas demoram menos tempo para fazer suas necessidades fisiológicas, talvez por se sentirem protegidas, não tendo que enfrentar as dificuldades da mata. Atualmente, o principal predador das preguiças é mesmo o homem, que as caça e as comercializa inescrupulosamente em feiras livres e nas margens de rodovias.
A ação do homem sobre esses animais tem sido muito facilitada, nos últimos tempos, pela acelerada fragmentação e destruição das matas, o que leva as preguiças a se locomoverem desajeitada mente pela superfície do solo, de uma ilha de mata para outra, em busca de alimento e abrigo, ficando totalmente expostas à caça e à captura. A preguiça de dois ou de três dedos é item importante da biomassa de mamíferos arbóreos dentro de uma área.