A repartição: os índios aldeados 4
" (...) Escapavam da escravidão, embora não do trabalho obrigatório,
todos aqueles índios que aceitassem abandonar suas aldeias de origem e
desistissem do seu modo de vida tradicional, sem oferecer resistência
armada. Esses índios, considerados "indios de pazes" ou "índios amigos",
eram catequizados, batizados e aldeados em outras áreas, de onde eram
periodicamente retirados para prestarem serviço aos colonizadores.
Ao sistema colonial, não interessava a dispersão dos índios em
aldeias autônomas, espalhadas ao longo do litoral, mas a sua concentração
em espaços localizados próximos aos núcleos produtivos sob o controle dos
portugueses. Tratava-se de criar "celeiros" de mão-de-obra, de onde
pudessem ser retirados os índios necessários para o trabalho e para a guerra.
Essa foi uma necessidade sentida desde os primeiros momentos, conforme
atestam diferentes documentos.
O Regimento a Tomé de Sousa, de 1548, onde estão definidas as
diretrizes para o Governo Geral do Brasil, determina em seu penúltimo
parágrafo que os índios tornados cristãos não deviam continuar vivendo em
suas aldeias de origem, misturados com outros índios não batizados.
Recomenda a sua transferência para "perto das povoações das ditas
capitanias, para que conversem com os cristãos e não com os gentios, e
possam ser doutrinados e ensinados nas coisas de nossa fé". A operação
responsável por essa mudança era chamada de descimento.
(...)"
José Ribamar Bessa Freire
Márcia Fernanda Malheiros
todos aqueles índios que aceitassem abandonar suas aldeias de origem e
desistissem do seu modo de vida tradicional, sem oferecer resistência
armada. Esses índios, considerados "indios de pazes" ou "índios amigos",
eram catequizados, batizados e aldeados em outras áreas, de onde eram
periodicamente retirados para prestarem serviço aos colonizadores.
Ao sistema colonial, não interessava a dispersão dos índios em
aldeias autônomas, espalhadas ao longo do litoral, mas a sua concentração
em espaços localizados próximos aos núcleos produtivos sob o controle dos
portugueses. Tratava-se de criar "celeiros" de mão-de-obra, de onde
pudessem ser retirados os índios necessários para o trabalho e para a guerra.
Essa foi uma necessidade sentida desde os primeiros momentos, conforme
atestam diferentes documentos.
O Regimento a Tomé de Sousa, de 1548, onde estão definidas as
diretrizes para o Governo Geral do Brasil, determina em seu penúltimo
parágrafo que os índios tornados cristãos não deviam continuar vivendo em
suas aldeias de origem, misturados com outros índios não batizados.
Recomenda a sua transferência para "perto das povoações das ditas
capitanias, para que conversem com os cristãos e não com os gentios, e
possam ser doutrinados e ensinados nas coisas de nossa fé". A operação
responsável por essa mudança era chamada de descimento.
(...)"
José Ribamar Bessa Freire
Márcia Fernanda Malheiros