PROJETO: LIVRO SOBRE ALDEIA VELHA

Blog Aldeia Velha-Ipuca: não é um diário, como outros blogs - é um caderno de apontamentos das pesquisas

Autores: Sonia Regina e Fernando Oliveira - Produção: Rômulo Melo, da Pousada Beira-Rio

Parceiros: Pousada Beira-Rio , Pousada da Aldeia ,

Apoio: Secretário de Educação e Cultura e Vice-Prefeito Fernando Augusto Bastos da Conceição e Subsecretário de Turismo Antonio Henrique

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A 115km do Rio de Janeiro - no km 215 da BR 101 (mapa e dicas) - e aos pés da Serra do Mar, Aldeia Velha está cercada pela Mata Atlântica que abriga o raro mico-leão-dourado. De dia pode-se passear a cavalo e a pé, tomar banho no rio e nas várias cachoeiras. Antes do descanso nos campings ou pousadas vale conhecer os barzinhos abertos toda a noite. (fotos e slides).

Os 80 posts publicados desde 04.2 são sorteados para leitura a cada atualização desta página: ACESSE-OS em Postagens Aleatórias - na coluna da direita, onde também estão as parcerias. Atualmente estamos nos dedicando à releitura, compilação de dados e início das escrituras.

Continuem conosco e boas leituras!

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Vales outrora periodicamente inundáveis na Reserva Biológica de Poço das Antas

"A área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado é uma área de preservação, criada em 2002, com 150 mil ha, abrange as terras dos Municípios de Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Araruama. Engloba 11 mil ha das reservas biológicas de Poço das Antas e União, e fazendas particulares onde vivem cerca de mil micos-leões-dourados, em extinção. Preserva, também, um dos mais ricos ecossistemas fluminenses: o Rio São João."


Fonte: Brasil Channel


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Esta pesquisa vai ao encontro de nossa hipótese de que as inundações frequentes da região onde está localizada Aldeia Velha estão ligadas às epidemias que, no período colonial, determinaram a mudança da Freguesia de Ipuca para a foz do rio São João. Colocamos em outra cor os trechos relacionados.
Sonia Regina

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INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

Programa Mata Atlântica - Reserva Biológica de Poço das Antas


Localizada na parte central costeira do estado do Rio de Janeiro, a Reserva estende-se por cerca de 5.500ha dentro do município de Silva Jardim (22º30' e 22º33'S e 42º15' e 42º19'W Gr.), fazendo limite com Casimiro de Abreu e Araruama.


O clima é do tipo quente e úmido com temperaturas médias anuais elevadas durante quase todo o ano. A temperatura média anual é de 22,8ºC, sendo janeiro geralmente o mês mais quente. A média de temperaturas máximas varia entre 30ºC e 32ºC , enquanto as temperaturas mais baixas não são inferiores a 8ºC. Os índices pluviométricos anuais são superiores a 1.000mm, concentrados nos meses de outubro e abril, sendo julho e agosto os meses mais secos.
Geomorfologia
A área se sobrepõe à uma antiga depressão marinha que foi dessecada, apresentando elevações de baixa cota em forma de morros mamelonares e zonas de baixadas aluvionares periodicamente inundadas.
A região tem seu substrato constituído de rochas metamórficas datadas do pré-cambriano, sendo os afloramentos raros, aparecendo, em geral no fundo dos vales. O quaternário é muito expressivo através dos terrenos formados por sedimentos depositados nas planícies de inundação.
Os solos geralmente são pouco profundos com drenagem fraca e lençol freático variando entre 70 e 130cm. O tipo latossolo vermelho predomina nos locais de relevo ondulado, enquanto nas planícies de inundação são encontrados os solos dos tipos gley húmico ou pouco húmico e orgânico.

Hidrografia

O rio São João é o principal curso d' água da região e seus afluentes, os rios Capivari, Bacaxá, Aldeia Velha, Preto e o Iguapé percorrem boa parte da reserva, inundando as terras baixas dos seus vales. A lagoa de Juturnaiba inunda uma boa parte da área, recebendo as águas de alguns rios e descarregando no rio São João. Profundas mudanças sofreu o quadro hidrológico nos últimos anos com a construção de uma barragem. Houve ressecamento de uma vasta porção da reserva e perenização das águas em alguns vales outrora periodicamente inundáveis.

Vegetação

Uma das últimas manchas de floresta na baixada fluminense, a Reserva de Poço das Antas abriga uma grande faixa de vegetação arbórea típica à Floresta Pluvial Atlântica Baixo montana ou também designada Floresta Ombrófila Densa Sub montana em diferentes estados de maturidade. Aqui o visitante atento poderá encontrar capoeirões ao longo das encostas dos morros mamemolares como também nas planícies. Alguns trechos, sob a influência da barragem alí construída há ca. de 20 anos, apresentam a floresta permanentemente inundada e fenescente, deixando seus exemplares representativos reduzidos a troncos enegrescidos reflexo do elevado estresse ambiental. Áreas de capoeiras e capoeirinhas abundam por toda a Reserva, não sendo raro encontrar indivíduos de fruteiras remanescentes de antigas roças. Limitada por extensas áreas de pastagem, a cobertura vegetal aqui encontrada vive initerruptamente, especialmente na estação seca, sujeita à ação do fogo - principal agente degenerador da floresta.

Florística

A vegetação que recobre a extensa planície, conhecida no passado por baixada de Araruama, é um dos últimos representantes de Floresta Ombrófila Densa Sub montana no Rio de Janeiro. O rio São João, o principal curso d'água na localidade inunda parcialmente a Reserva o que promove o aparecimento de espécies típicas como o Pau-de-tamanco (Tabebuia cassinoides) e o Guanandí (Callophyllum brasilie nse e Symphonia globulifera), espécies estas cuja história de aproveitamento seletivo, essencialmente extrativista, de espécies arbóreas tem promovido uma acentuada diminuição de suas populações.
A cobertura vegetal é formada na sua maior parte por extensas áreas degradadas, ocorrendo nas pequenas encostas dos morrotes mamelonares segmentos de floresta úmida em melhor estado de conservação.

Ilhas de remanescentes de mata - Marcos Peron.