A resposta inicial de estatísticos, contadores, escolas de administração e gestão corporativa havia sido desconsiderar todos os novos dados e eventos resultantes de mudanças nos ecossistemas da Terra, desde poluição, perda de biodiversidade e desertificação até inundações, incêndios e variações climáticas extremas, que foram os primeiros sinais da mudança climática. Hoje, entendemos que o planeta é o nosso ambiente de aprendizado programado, ensinando diretamente os homens, apresentando um espelho para nosso comportamento, sistemas de crenças e valores. A Terra está nos mostrando quais de nossos modos de ser e fazer são agora insustentáveis, desde os resíduos e o consumismo trivial até os contínuos aumentos trimestrais nos lucros das empresas e as fantasias de crescimento ilimitado do PIB.
Um dos mais graves erros que os relatórios de sustentabilidade corrigem é a confusão disseminada em todo o mundo pela economia convencional, que equipara dinheiro com riqueza. Como podemos ver pelo aumento nos preços das commodities, a verdadeira riqueza reside nos recursos naturais e nos serviços que os ecossistemas saudáveis fornecem aos homens. Estamos aprendendo essas lições de múltiplas formas, a partir dos preços do petróleo e da compreensível nacionalização dos recursos, pois, agora, mais de 77% das reservas mundiais privadas de petróleo estão sob o controle de governos, em vez de empresas privadas e dos mercados. A geopolítica da nova escassez de recursos invalidou as suposições da economia acadêmica de que ar, água e biodiversidade eram “bens gratuitos”.
As guerras e as abordagens militaristas para a resolução de conflitos estão claramente obsoletas. Hoje, vemos especialistas militares e generais na TV nos alertando de que não há solução militar possível no Iraque, na Geórgia ou na atual ordem mundial, em que os EUA não são mais a superpotência mundial. Negociações multilaterais e formas sustentáveis de desenvolvimento continuarão a ser a principal geopolítica do século XXI. Hoje em dia, as armas de escolha são as moedas, os recursos naturais e a corrida rumo à educação universal, inovações científicas e tecnológicas para além da industrialização movida a combustíveis fósseis dos últimos 300 anos – rumo à Era Solar, de economias mais limpas, mais verdes, que trabalham em conjunto com a natureza, e não contra ela. "