Por Sonia Regina
Os índios de língua GARULHO que viviam nas matas situadas no outro lado da Serra dos Órgãos foram de lá trazidos para povoarem a aldeia SACRA FAMÍLIA DE IPUCA - hoje Aldeia Velha .
Na segunda metade do século XVIII vigorava no Brasil a política pombalina. O Marquês de Pombal, à frente do Governo de Portugal, era o ministro poderoso de D. José I.
Para assimilar definitivamente os índios aldeados e acabar o que se considerava como "odiosa separação entre uns e outros", foi incentivada a presença de brancos nas aldeias - o que modificou a composição do povo e interferiu na própria posse da terra.
Em 1761 a aldeia recebeu imigrantes europeus por determinação dessa política pombalina. Eram eles colonos suíços e alemães que tinham vindo, inicialmente, com o grupo de colonização de Nova Friburgo. Ainda hoje se encontram descendentes desses imigrantes na região.
Negros, mestiços, brancos e indígenas conviviam. O próprio capitão-mór da aldeia Sacra Família de Ipuca, índio responsável pela intermediação entre o governo luso-brasileiro e o aldeamento, era casado com uma negra escrava.
Devido aos surtos de epidemias na localidade transferiram a aldeia para junto da foz do rio São João.
A velha aldeia abandonada é hoje distrito do município Silva Jardim e já foi chamada de Quartéis, Silva Jardim, Correntezas e Maratuan. Num pequeno território em meio às grandes fazendas, é hoje um pequeno povoado com 800 habitantes e chama-se Aldeia Velha.